Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 24
Filter
2.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 27(7): 2553-2562, 2022. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1384443

ABSTRACT

Resumo Neste artigo descrevemos as características do processo de negociação do tratamento com medicamentos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de quatro grandes municípios brasileiros. Foi aplicado questionário estruturado com 1.630 usuários de CAPS nos municípios de Campinas, Fortaleza, Porto Alegre e São Paulo. A maior parte dos usuários em tratamento nos CAPS não iniciou o uso de medicamento nos mesmos, mas já no primeiro contato com outros serviços de saúde. Quase todos os usuários foram medicados ao iniciar tratamento no CAPS, sendo que a maior parte deles foi medicada já no primeiro atendimento. Entre 55,2% e 40,7% (a depender do município) referiram não ter recebido informação sobre o tempo necessário de uso da medicação. Uma proporção bastante alta de usuários relatou já ter alterado a dose da medicação sozinha (40,5% a 28,7%) ou ter sido medicada contra sua vontade (35,7% a 15,6%), o que indica limites na construção de consenso entre equipe, usuários e famílias sobre o uso de medicação. Os usuários de CAPS participam pouco do processo de decisão acerca da medicação. Há problemas desde a oferta de informação até a construção de consenso envolvendo a introdução e o uso continuado do medicamento.


Abstract In this article we describe the characteristics of the treatment negotiation process with medications at the Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) in four major Brazilian municipalities. A structured questionnaire was applied to 1,630 CAPS users in the cities of Campinas, Fortaleza, Porto Alegre and São Paulo. Most users undergoing treatment at the CAPS did not start using medication at the CAPS, but already in the first contact with health services. Almost all users were medicated when starting treatment at CAPS and most of them were medicated at the first visit. Between 55.2% and 40.7% (depending on the municipality) reported not having received information on the time needed to use the medication. A very high proportion of users reported having changed the dose of the medication alone (40.5% to 28.7%) or having been medicated against their will (35.7% to 15.6%), which indicates limits on building consensus among staff, users and families on the use of medication. CAPS users participate little in the medication decision process. There are problems from the provision of information to problems in building consensus involving the introduction and continued use of the drug.

3.
Vínculo ; 18(1): 42-52, jan.-abr. 2021. ilus
Article in Portuguese | INDEXPSI, LILACS | ID: biblio-1280711

ABSTRACT

RESUMO Discute-se o processo de implementação de um ambulatório que oferta psicoterapia de grupo com base psicanalítica às crianças, adolescentes e adultos expostos à violência, adscritos à região Norte de Campinas-SP. A implementação acontecerá no Hospital Universitário - Unicamp, em parceria com o Laboratório de Saúde Coletiva e Saúde Mental - Interfaces, a Assistência Social e de Saúde da Prefeitura Municipal de Campinas. Objetiva-se qualificar a assistência e articulação da rede de serviços públicos no território (Atenção Primária à Saúde e Assistência Social), ofertando-se apoio matricial e seguimento conjunto dos casos; e construir evidências sobre a efetividade da psicanálise de grupo na terapia de transtornos associados à exposição à violência. Utilizar a psicanálise justifica-se no contexto da abordagem e da prevenção à violência na medida em que espaços seguros de escuta possibilitam à pessoa em situação de exposição à violência um lugar de legitimação do sofrimento, elaboração e ressignificação da experiência traumática; do contrário há riscos de invalidar, negar, calar e perpetuar a violência naturalizando-a. A psicanálise tem contribuições significativas para compreensão das causas e consequências individuais e coletivas da violência, bem como para intervir e prevenir a transmissão transgeracional por meio de dispositivos terapêuticos que consideram os níveis coletivo, intersubjetivo e intrapsíquico.


ABSTRACT The process of implementation of an outpatient clinic offering psychoanalytic group psychotherapy to children, adolescents and adults exposed to violence, assigned to the northern region of Campinas-SP, is discussed. The implementation will take place at the University Hospital - Unicamp, in partnership with the Collective Health and Mental Health Laboratory - Interfaces, the Social and Health Care of the Campinas City Hall. The objective is to qualify the assistance and articulation of the public services network in the territory (Primary Health Care and Social Assistance), offering matrix support and joint follow-up of cases; and to build evidence on the effectiveness of group psychoanalysis in the therapy of disorders associated with exposure to violence. Using psychoanalysis is justified in the context of the approach and prevention of violence as safe listening spaces allow the person in a situation of exposure to violence a place of legitimation of suffering, elaboration and resignification of traumatic experience; otherwise there are risks of invalidating, denying, silencing and perpetuating violence by naturalizing it. Psychoanalysis has significant contributions to understand the individual and collective causes and consequences of violence, as well as to intervene and prevent transgenerational transmission through therapeutic devices that consider the collective, intersubjective and intrapsychic levels.


RESUMEN Se discute el proceso de implementación de una clínica ambulatoria que ofrece psicoterapia grupal psicoanalítica a niños, adolescentes y adultos expuestos a la violencia, asignados a la región norte de Campinas-SP. La implementación tendrá lugar en el Hospital Universitario - Unicamp, en colaboración con el Laboratorio de Salud Colectiva y Salud Mental - Interfaces, la Atención Social y de Salud del Ayuntamiento de Campinas. El objetivo es calificar la asistencia y articulación de la red de servicios públicos en el territorio (Atención Primaria de Salud y Asistencia Social), ofreciendo apoyo matricial y seguimiento conjunto de casos; y para construir evidencia sobre la efectividad del psicoanálisis grupal en la terapia de trastornos asociados con la exposición a la violencia. El uso del psicoanálisis se justifica en el contexto del enfoque y la prevención de la violencia, ya que los espacios seguros de escucha permiten a la persona en una situación de exposición a la violencia un lugar de legitimación del sufrimiento, elaboración y resignificación de la experiencia traumática; de lo contrario, existe el riesgo de invalidar, negar, silenciar y perpetuar la violencia al naturalizarla. El psicoanálisis tiene contribuciones significativas para comprender las causas y consecuencias individuales y colectivas de la violencia, así como para intervenir y prevenir la transmisión transgeneracional a través de dispositivos terapéuticos que consideran los niveles colectivos, intersubjetivos e intrapsíquicos.


Subject(s)
Psychotherapy, Group , Psychiatric Rehabilitation , Exposure to Violence , Mental Health Services
5.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 37(3): e00043420, 2021. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1249409

ABSTRACT

O objetivo deste estudo foi avaliar as características das redes de saúde de quatro grandes municípios brasileiros (Campinas, Fortaleza, Porto Alegre e São Paulo) no que diz respeito à prestação de cuidados em saúde mental. Foram usados como desfechos: (i) local de identificação do problema de saúde mental; (ii) atendimento em saúde mental na atenção básica; (iii) assistência farmacêutica em saúde mental; e (iv) reinserção social. Trata-se de um estudo analítico de métodos mistos, de abordagem concomitante e sequencial, conduzido com 10 gestores e 1.642 usuários de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) dos municípios citados. Observou-se a persistência de serviços de alta complexidade, tais como os hospitais, como locais de identificação inicial dos problemas de saúde mental em Campinas (40% dos usuários) e Fortaleza (37%); baixa proporção de tratamento de saúde mental na atenção básica (Fortaleza, 23%); diferenças entre os municípios no que diz respeito à prescrição de medicamentos psicotrópicos na atenção básica (Porto Alegre, 68%; São Paulo, 64%; Campinas, 39%; Fortaleza, 31%), bem como na falta dos medicamentos prescritos (maior em Fortaleza, 58%; menor em Campinas, 28%); e fragilidade em geral na retomada de atividades laborais (menor em São Paulo, 17%; maior em Campinas, 39%), havendo melhores resultados em geral em relação a atividades religiosas e de lazer (maiores em São Paulo, 53% e 56%, respectivamente). É um estudo que contribui para a discussão do panorama brasileiro da assistência à saúde mental, com evidências da persistência de desigualdades no contexto nacional, e aponta lacunas em algumas configurações das redes de saúde mental com potenciais para melhor desempenho e seguimento longitudinal.


This study aimed to assess characteristics of healthcare networks in four large Brazilian cities (Campinas, Fortaleza, Porto Alegre, and São Paulo), in the provision of mental healthcare. The following outcomes were used: (i) place of identification of the mental health problem; (ii) mental healthcare in primary care; (iii) pharmaceutical care in mental health; and (iv) social rehabilitation. This is a mixed-methods study with a concurrent and sequential approach, conducted with 10 administrators and 1,642 users of Centers for Psychosocial Care (CAPS, in Portuguese) in the four cities. The study showed the persistence of high-complexity services such as hospitals as the site for initial identification of mental health problems in Campinas (40% of users) and Fortaleza (37%); low proportion of mental health treatment in primary care (Fortaleza, 23%); differences between cities in psychotropic medication prescription in primary care (Porto Alegre, 68%; São Paulo, 64%; Campinas, 39%; Fortaleza, 31%) and in shortages of prescribed medication (higher in Fortaleza, 58%; lower in Campinas, 28%); and overall frailty in enabling return to work (lower in São Paulo, 17%; higher in Campinas, 39%), with better overall results regarding religion and leisure activities (higher in São Paulo, 53% and 56%, respectively). The study contributes to the discussion of the Brazilian scenario of mental healthcare, with evidence of persistent inequalities in the national context, pointing to gaps in some mental healthcare network configurations with the potential for better performance and longitudinal follow-up.


El objetivo de este estudio fue evaluar características de las redes de salud en cuatro grandes municipios brasileños (Campinas, Fortaleza, Porto Alegre y São Paulo), en lo que se refiere prestación de cuidados en salud mental. Se utilizaron como resultados: (i) lugar de identificación del problema de salud mental; (ii) atención en salud mental en la atención básica; (iii) asistencia farmacéutica en salud mental; y (iv) reinserción social. Se trata de un estudio analítico con métodos mixtos, de enfoque concomitante y secuencial, realizado con 10 gestores y 1.642 usuarios de Centros de Atención Psicosocial (CAPS) de los municipios citados. Se observó la persistencia de servicios de alta complejidad, tales como hospitales, respecto al lugar de identificación inicial del problema de salud mental en Campinas (40% de los usuarios) y Fortaleza (37%); baja proporción de tratamiento de salud mental en la atención básica (Fortaleza, 23%); hubo diferencias entre los municipios en lo que se refiere a la prescripción de medicamentos psicotrópicos en la atención básica (Porto Alegre, 68%; São Paulo, 64%; Campinas, 39%; Fortaleza, 31%), así como en la falta de medicamentos prescritos (mayor en Fortaleza, 58%; menor en Campinas, 28%); y fragilidad en general en el retorno al trabajo (menor en São Paulo, 17%; mayor en Campinas, 39%), existiendo mejores resultados en general, en relación con la religión y ocio (mayores en São Paulo, 53% y 56%, respectivamente). Se trata de un estudio que contribuye a la discusión del panorama brasileño de la asistencia en salud mental, con evidencias de la persistencia de desigualdades en el contexto nacional, además apunta lagunas en algunas configuraciones de las redes de salud mental con potencial para un mejor desempeño y seguimiento longitudinal.


Subject(s)
Humans , Delivery of Health Care , Mental Health Services , Primary Health Care , Brazil , Cities
6.
Saúde debate ; 44(spe): 95-106, out. 2020. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1290099

ABSTRACT

RESUMO O objetivo deste estudo foi investigar os motivos pelos quais os usuários que estavam cadastrados nos Centros de Atenção Psicossocial III de Campinas (SP), durante a realização de um censo de serviços, não foram localizados, bem como identificar e caracterizar aqueles que haviam abandonado ou não aderido ao tratamento. Trata-se de um estudo transversal, analítico, de base documental que utilizou os diários de campo da pesquisa e o prontuário dos usuários nos serviços. Entre os usuários que não foram localizados, 17,8% (n=70) haviam abandonado ou não aderido ao tratamento. Esse número era composto, majoritariamente, por homens, com média de idade de 39,9 anos (DP=13,7), cujo diagnóstico mais frequente era o de esquizofrenia. Quanto ao tempo de permanência, verificou-se que os usuários haviam passado mais de um ano ou menos de um mês nos serviços. Destaca-se que, inicialmente, 40,3% dos casos haviam sido reportados como altas, enquanto, no final do estudo, observou-se que apenas 2,5% abrangiam verdadeiras altas clínica. Por meio deste estudo, foi possível identificar que, além da falta de dados nos prontuários, a prática da alta administrativa dificulta a identificação dos casos de abandono ou não adesão ao tratamento, prejudicando a sistematização dos dados acerca da continuidade do cuidado.


ABSTRACT The aim of this study was to investigate the reasons why users who were registered in Psychosocial Care Centers type III of Campinas (SP) during a census of services were not located, as well as to identify and characterize those who had abandoned or not adhered to treatment. This is a cross-sectional, analytical, documentary-based study that used field diaries and users' medical records. Among users who had not been located, 17.8% (n=70) had abandoned or not adhered to treatment. Most of these were men, with a mean age of 39.9 years (SD=13.7), whose most frequent diagnosis was schizophrenia. Regarding length of attending, it was found that users had attended either more than 1 year or less than 1 month in the services. It is noteworthy that, initially, 40.3% of the investigated cases had been reported as discharges while at the end of the study it was observed that only 2.5% of the cases covered true clinical discharges. Thus, it was identified that, besides the lack of data in the medical records, the practice of administrative discharge makes it difficult to identify cases of abandonment or non-adherence to treatment, thus impairing the systematization of data about continuity of care.

7.
Saúde debate ; 44(spe): 170-183, out. 2020. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1290107

ABSTRACT

RESUMO No contexto do 'recovery' surgiu, em 1993, a Gestão Autônoma da Medicação, uma estratégia que visa garantir, aos usuários de psicotrópicos, participação nas decisões relativas aos seus tratamentos, via diálogo e troca de informações entre os envolvidos nos tratamentos em saúde mental com trabalhos nacionais, que demonstram esses efeitos. O objetivo do presente estudo foi fomentar e avaliar qualitativamente a realização da estratégia Gestão Autônoma da Medicação nos Centros de Atenção Psicossocial de Curitiba (PR). Foi feita uma pesquisa qualitativa, com implantação de grupos Gestão Autônoma da Medicação e de entrevistas semiestruturadas. Participaram usuários, trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial e estudantes de medicina, totalizando 18 entrevistados. O material foi transcrito integralmente e as percepções dos participantes foram avaliadas baseando-se na hermenêutica gadameriana, extraindo-se, assim, núcleos argumentais, os quais foram agrupados em categorias e analisados posteriormente. Demonstrou-se que o grupo Gestão Autônoma da Medicação auxiliou os usuários no processo de conhecimento e tomada de decisão sobre seus tratamentos, bem como no conhecimento dos seus direitos. A intervenção também se mostrou relevante para os profissionais e estudantes, reforçando conceitos como a importância de valorizar a fala, as experiências e a autonomia do usuário.


ABSTRACT In the context of 'recovery', in 1993, the Autonomous Management of Medication emerged, a strategy that aims to ensure that psychotropic users participate in decisions regarding their treatments, through dialogue and information exchange among those involved in mental health treatments with national studies, that demonstrate these effects. The aim of the study was to promote and qualitatively evaluate the implementation of the Autonomous Medication Management strategy at the Psychosocial Care Center of Curitiba (PR). Qualitative research was carried out, with the implementation of Autonomous Medication Management groups and semi-structured interviews. Users, Psychosocial Care Centers workers and medical students participated, totaling 18 respondents. The material was fully transcribed and the participants' perceptions were evaluated based on Gadamerian hermeneutics, thus extracting argument nuclei, which were grouped into categories and analyzed later. It has been shown that the Autonomous Medication Management group assisted users in the process of knowledge and decision making about their treatments, as well as knowledge of their rights. The intervention was also relevant for professionals and students, reinforcing concepts such as the importance of valuing speech, experiences and user autonomy.

8.
SMAD, Rev. eletrônica saúde mental alcool drog ; 16(2): 94-105, abr.-jun. 2020. ilus, tab
Article in Portuguese | INDEXPSI, LILACS | ID: biblio-1127303

ABSTRACT

OBJETIVO: identificar publicações nacionais brasileiras e internacionais na área de saúde mental sobre avaliação de serviços, destacando as formas de participação dos usuários. MÉTODO: trata-se de uma revisão sistemática qualitativa da literatura, que seguiu as orientações do PRISMA e utilizou duas plataformas internacionais que agregam um número significativo de bases de dados, com os descritores (saúde mental e avaliação) no período de 2004 a 2016. RESULTADOS: levantou-se 4.735 artigos completos; tendo elegibilidade final de 137 artigos para leitura integral, sendo 44 incluídos na análise final. Percebe-se que há pesquisas sobre avaliação de serviços de saúde mental com a participação dos usuários no Brasil, mas ainda em número menor em comparação com Inglaterra, Austrália e EUA. CONCLUSÃO: a forma de participação dos usuários nas avaliações dos serviços, tanto no Brasil quanto em outros países, ainda é um desafio. Há pouco protagonismo dos usuários. No Brasil, coloca-se o desafio ainda de estruturar avaliações sistemáticas dos serviços públicos, com multiplicidade de métodos avaliativos e envolvendo todos os atores.


OBJECTIVE: to identify, based on qualitative systematic literature review, Brazilian national and international publications in mental health area, addressing service's evaluation on their users perspective. METHOD: a qualitative systematic literature review, which followed PRISMA orientations and criteria. For that, two international platforms that include a significant number of databases were used, with “mental health” and “evaluation” descriptors and 2004 to 2016 period. RESULTS: 4,735 full articles were initially collected, with final eligibility of 137 for integral text reading, of which 44 were included in the final analysis. Research studies on mental health services evaluation with users' participation are present in Brazil, but still in reduced number when compared to countries like England, Australia and USA. CONCLUSION: in Brazil, as well as in other countries, the ways by which users participate in services evaluations are still a challenge. Mental health service users' protagonist is insufficient. In Brazil, there is also a challenge to structure public services systematic evaluations, incorporating diversity of evaluative methods and stakeholders' participation.


Subject(s)
Patient Participation , Health Evaluation , Mental Health , Health Services Research , Mental Health Services
9.
Rev. saúde pública (Online) ; 54: 102, 2020. tab, graf
Article in English | SES-SP, BBO, LILACS | ID: biblio-1139464

ABSTRACT

ABSTRACT OBJECTIVE To present the methodological approach used in a research that analyzed the use and performance of specialized health care, from primary care access, in four major Brazilian cities: Fortaleza (CE), Campinas (SP), São Paulo (SP) and Porto Alegre (RS). METHODS Presentation and discussion of the quantitative-qualitative components of the proposed research strategy. RESULTS Four tracing conditions were studied: systemic arterial hypertension, high-risk pregnancy, breast cancer and severe mental disorder. For each health condition, indicators were constructed based on health information systems data, pointing out frequencies, temporal trends and local differences. This initial contextualization was enriched with a descriptive-qualitative study of the performance of each municipal health service network. Next, a cross-sectional study was conducted through a survey of 7,053 users of specialized services for each health condition. Finally, in-depth interviews were conducted with key actors to complement selected operational aspects of each municipality's network. The results of all these data sources were triangulated, allowing us to explore the variability of SUS implementations in different regional scenarios. CONCLUSIONS The multifaceted analytical model presented allows us to understand relevant aspects of the Unified Health System performance, paying attention to the singularities, heterogeneities and inequalities that characterize its implementation in Brazil and emphasizing the performance of local networks for the addressed health conditions.


RESUMO OBJETIVO Apresentar a abordagem metodológica utilizada em pesquisa que analisou a utilização e o funcionamento da atenção especializada, partindo do acesso via atenção básica, em quatro grandes cidades brasileiras: Fortaleza (CE), Campinas (SP), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS). MÉTODOS Apresentação e discussão dos componentes quanti-qualitativos da estratégia de pesquisa proposta. RESULTADOS Foram estudadas quatro condições traçadoras: hipertensão arterial grave, gravidez de alto risco, câncer de mama e transtorno mental grave. Para cada agravo foram construídos indicadores a partir de dados dos sistemas de informação de saúde destacando frequências, tendência temporal e diferenças por localidade. Essa contextualização inicial foi enriquecida com um estudo descritivo-qualitativo do funcionamento de cada rede municipal de serviços. A seguir, realizou-se um estudo transversal por meio de inquérito com 7.053 usuários dos serviços especializados para cada agravo. Por fim, foram realizadas entrevistas em profundidade com atores-chave para complementar aspectos operacionais selecionados da rede de cada município. Os resultados de todas essas fontes de dados foram triangulados, permitindo explorar a variabilidade das implantações do SUS em diferentes cenários regionais. CONCLUSÕES O modelo analítico multifacetado apresentado permite compreender aspectos relevantes do funcionamento do Sistema Único de Saúde, atentando para as singularidades, heterogeneidades e desigualdades que caracterizam sua implantação no Brasil e destacando o funcionamento das redes locais para os agravos estudados.


Subject(s)
Humans , Primary Health Care/organization & administration , Delivery of Health Care/organization & administration , Socioeconomic Factors , Brazil , Cross-Sectional Studies , Cities , Health Services Accessibility
10.
Saúde debate ; 43(spe2): 35-47, nov. 2019. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1059032

ABSTRACT

RESUMO Os objetivos do presente estudo foram identificar e analisar as contribuições do Comitê Gestor da Pesquisa para o acesso aos desfechos relacionados à implementação, em uma pesquisa conduzida no campo da saúde mental. Trata-se de um estudo qualitativo que adotou como recurso metodológico a realização de grupo focal e o levantamento dos dados registrados nas atas dos encontros promovidos pelo Comitê. Por meio do estudo, foi possível identificar que o Comitê Gestor da Pesquisa favoreceu a participação das partes interessadas em diversos aspectos da pesquisa; possibilitou a avaliação e o monitoramento do sentido e da viabilidade da pesquisa para o campo de estudo, sob a ótica de quem vive a experiência do cotidiano do trabalho e do cuidado; e favoreceu o acesso a alguns desfechos da pesquisa de implementação de forma contínua e mais significativa para aqueles que se beneficiariam dela. Neste sentido, sugere-se aos pesquisadores e às agências envolvidas nesse tipo de estudo a adoção dessa ferramenta como uma possibilidade de tornar a pesquisa um processo mais dialógico e potencialmente transformador.


ABSTRACT The objectives of this study were to identify and analyze the contributions of the Research Management Committee for access to outcomes related to implementation, in a research conducted in the mental health field. It is a qualitative study that adopted as a methodological resource the accomplishment of a focus group and the data collection of the minutes of the meetings held by the Committee. By means of the study, it was possible to identify that the Research Management Committee favored the participation of the interested parties in several aspects of the research; made possible the evaluation and monitoring of the meaning and feasibility of the research in the field of study, from the perspective of those who live the experience of daily work and care; and favored access to some outcomes of implementation research in a continuous and more meaningful way for those who would benefit from it. In this sense, the researchers and agencies involved in this type of study are suggested to adopt this tool as a possibility to make the research a more dialogic and potentially transformative process.

11.
Rev. panam. salud pública ; 42: e113, 2018. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-978871

ABSTRACT

RESUMO Objetivo Descrever a atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em quatro centros urbanos no Brasil. Métodos Realizou-se um estudo transversal (AcesSUS) com entrevista a 917 usuários acompanhados nos CAPS de Campinas, São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza. Foram incluídas apenas as modalidades de CAPS destinadas a transtorno mental grave em adultos, sendo excluídos os CAPS voltados para uso de substâncias e para crianças e adolescentes. Os usuários responderam a questionário de múltipla escolha sobre seu percurso entre os serviços de atenção primária, CAPS e hospitais em relação aos problemas de saúde mental. Resultados Atendimento psiquiátrico e uso de medicação foram relatados em 90% a 100% dos usuários acompanhados nos CAPS, combinado com atendimento multiprofissional e grupos terapêuticos. O acesso à medicação foi interrompido nos 6 meses que antecederam a entrevista, especialmente em Fortaleza (64%) e Porto Alegre (51%). Em todos os municípios, menos de 10% dos usuários tiveram internação psiquiátrica após início do tratamento no CAPS. Conclusões A transição do modelo hospitalar para o comunitário continua em processo de efetivação no Brasil, com avanços comprovados. A situação, porém, é diversa nas diferentes redes de atenção, requerendo análise contextualizada de cada localidade, com identificação de dificuldades que impedem o adequado funcionamento dessas redes no paradigma psicossocial.


ABSTRACT Objective To describe the functioning of Psychosocial Care centers (CAPS) in four Brazilian cities. Methods In this cross-sectional study (AcesSUS), 917 CAPS users were interviewed in the cities of Campinas, São Paulo, Porto Alegre, and Fortaleza. Only CAPS focused on severe mental disorders in adults were included, that is, CAPS focusing on substance abuse and on children and adolescents were excluded. Users answered a multiple choice questionnaire about their path from primary health care services until reaching the CAPS and hospital care in relation to mental health problems. Results Care by a psychiatrist and use of medications were reported by 90.7% to 99.7% of CAPS users in association with multiprofessinal care and therapeutic groups. Access to medication was interrupted in the 6 months prior to the interview, especially in Fortaleza (70%) and Porto Alegre (50%). In all cities, less than 10% of users had a psychiatric hospital admission after treatment at the CAPS was started. Conclusions The transition from a hospital-centered model to a community-based model is well under way in Brazil, with concrete achievements. However, there is heterogeneity among different care networks, which entails the need for contextualized analysis of each individual location, with identification of difficulties that prevent the adequate functioning of these care networks in the psychosocial paradigm.


RESUMEN Objetivo Describir la actuación de los Centros de Atención Psicosocial (CAPS) en cuatro centros urbanos en Brasil. Métodos Se realizó un estudio transversal (AcesSUS) por medio de una entrevista a 917 usuarios en seguimiento en los CAPS de Campinas, São Paulo, Porto Alegre y Fortaleza. Se incluyeron solo los tipos de CAPS donde se tratan trastornos mentales graves en adultos, con exclusión de los centrados en el uso de sustancias y servicios para niños y adolescentes. Los usuarios respondieron a un cuestionario de opción múltiple sobre su recorrido entre los servicios de atención primaria, los CAPS y los hospitales en relación con los trastornos de salud mental. Resultados Se notificaron servicios de atención psiquiátrica y uso de medicamentos, junto con atención multiprofesional y participación en grupos terapéuticos, en una proporción de 90,7% a 99,7% de los usuarios en seguimiento en los CAPS. El acceso a medicamentos se interrumpió en los 6 meses anteriores a la entrevista, particularmente en Fortaleza (70%) y Porto Alegre (50%). En todos los municipios, menos de 10% de los usuarios estuvieron internados en instituciones psiquiátricas después de iniciar el tratamiento en los CAPS. Conclusiones La transición del modelo hospitalario al comunitario sigue en curso de implementación en Brasil, con adelantos comprobados. Sin embargo, la situación es diversa en las diferentes redes de atención, lo cual exige un análisis contextualizado de cada localidad y la determinación de las dificultades que impiden el funcionamiento adecuado de esas redes en el paradigma psicosocial.


Subject(s)
Mental Health , Deinstitutionalization , Health Policy , Brazil , Surveys and Questionnaires
12.
Saúde Soc ; 26(2): 462-474, abr.-jun. 2017.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-962522

ABSTRACT

Resumo O objetivo deste artigo é analisar ações em saúde mental a partir da rede de atenção psicossocial pela perspectiva dos usuários. Usou-se metodologia participativa de quarta geração. De acordo com os resultados, os dados evidenciam desafios na implementação de ações de saúde mental na atenção básica e em diferentes pontos da rede psicossocial, visto que os usuários reconhecem a existência de uma rede de saúde, mas indicam acesso limitado a ela, pois entendem que as ações poderiam ser realizadas em espaços facilitadores de sua aproximação e inserção na comunidade. Há fragilidade na articulação e na efetivação de cuidados integrados nos serviços e, consequentemente, as demandas de saúde mental se mantêm centralizadas nos serviços especializados, demonstrando forte inibição do trabalho em rede. Conclui-se que os limites do trabalho em rede apresentam desafios no cotidiano dos usuários dos serviços e apontam outros desafios para a construção de novas possibilidades e avanços em direção à inserção social.


Abstract This study was designed to analyze actions in mental health from the psychosocial care network through the perspective of users. Fourth-generation participatory methodology was used. The findings highlight the challenges of implementing mental health services in primary care and in different points of the psychosocial network, as users recognize the existence of a health network but indicate limited access to it, because, as they see it, actions could be undertaken in spaces that would facilitate their inclusion and integration with the community. There is weakness in the articulation and in the implementation of integrated care plans in services and, consequently, mental health needs to remain centralized in specialized services, showing strong inhibition of the work in the psychosocial care network. We concluded that the limits of working in networks present challenges in the daily life of service users and in the construction of new possibilities and progress towards social inclusion.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Primary Health Care , Mental Health , Community-Based Participatory Research , Mental Health Services
13.
Saúde debate ; 41(spe): 60-70, Jan.-Mar. 2017. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-846203

ABSTRACT

RESUMO O artigo apresenta indicadores para avaliação da inserção de pessoas com deficiência intelectual na Rede de Atenção Psicossocial, construídos de forma participativa junto a profissionais de serviços de saúde mental. Os resultados indicam prévias barreiras de acesso aos Centros de Atenção Psicossocial quando da constatação da deficiência; itinerários marcados pela institucionalização, tendo a internação como o primeiro acesso ao tratamento; e menor investimento em discussões sobre projetos terapêuticos pelas equipes de cuidado. Os indicadores propostos se apresentam como um dispositivo de revelação da necessária problematização da atenção psicossocial às pessoas com deficiência intelectual.


ABSTRACT The article presents indicators to assess the inclusion of people with intellectual disabilities in Psychosocial Care Network, built with the participation of the mental health service professionals. The results indicate the existence of previous barriers of access to mental health services when the finding of disability; of itineraries characterized by institutionalization, which take admission as the first access to treatment; and of lower investment in discussions on therapeutic projects by care teams. The proposed indicators are presented as a knowledge device of the necessary questioning of the psychosocial care to be addressed to people with intellectual disabilities.

14.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 33(6): e00187316, 2017. tab
Article in English | LILACS | ID: biblio-889689

ABSTRACT

Abstract: This study addresses the practical, methodological and ethical challenges that were found in three studies that used focus groups with people with severe mental illness, in the context of community mental health services in Brazil. Focus groups are a powerful tool in health research that need to be better discussed in research with people with severe mental illness, in the context of community mental health facilities. This study is based on the authors' experience of conducting and analyzing focus groups in three different cities - Campinas, Rio de Janeiro and Salvador - between 2006-2010. The implementation of focus groups with people with severe mental illness is discussed in the following categories; planning, group design, sampling, recruitment, group interview guides, and conduction. The importance of connecting mental healthcare providers as part of the research context is emphasized. Ethical issues and challenges are highlighted, as well as the establishment of a sensitive and empathic group atmosphere, wherein mutual respect can facilitate interpersonal relations and enable people diagnosed with severe mental illness to make sense of the experience. We emphasize the relevance of the interaction between clinical and research teams in order to create collaborative work, achieve inquiry aims, and elicit narratives of mental health users and professionals.


Resumo: O artigo trata dos desafios práticos, metodológicos e éticos identificados em três estudos que utilizaram grupos focais com pessoas com doença mental grave, no contexto dos serviços comunitários de saúde mental no Brasil. Os grupos focais são uma ferramenta poderosa para a pesquisa em saúde que merece uma discussão ampliada nos estudos com portadores de doença mental grave, no contexto dos serviços comunitários de saúde mental. O estudo tem como base as experiências dos autores na realização e análise de grupos focais em três cidades - Campinas, Rio de Janeiro e Salvador - entre 2006 e 2010. Discute-se o uso de grupos focais com pessoas com doença mental grave, de acordo com as seguintes categorias: planejamento, formato do grupo, amostragem, recrutamento, roteiro de entrevista em grupo e condução. O artigo destaca a importância de envolver os profissionais de saúde mental no contexto da pesquisa. Os achados enfatizam as questões e os desafios éticos, além da criação de um ambiente sensível e de empatia dentro do grupo, onde o respeito mútuo facilite as relações interpessoais e permita que as pessoas com diagnóstico de doença mental grave possam construir sentidos para a sua experiência. Os autores destacam a relevância da interação entre as equipes clínicas e de pesquisa para fomentar a colaboração, alcançar as metas da pesquisa e evocar as narrativas dos usuários e profissionais de saúde mental.


Resumen: El artículo trata sobre los desafíos prácticos, metodológicos y éticos, identificados en tres estudios que utilizaron grupos focales con personas con una enfermedad mental grave, en el contexto de los servicios comunitarios de salud mental en Brasil. Los grupos focales son una herramienta poderosa para la investigación en salud, que merece una discusión ampliada en los estudios sobre pacientes con enfermedades mentales graves, en el contexto de los servicios comunitarios de salud mental. El estudio tiene como base las experiencias de los autores en la realización y análisis de grupos focales en tres ciudades -Campinas, Río de Janeiro y Salvador- entre 2006 y 2010. Se discute el uso de grupos focales con personas con una enfermedad mental grave, de acuerdo con las siguientes categorías: planeamiento, formato del grupo, muestra, reclutamiento, guía de entrevista en grupo y ejecución. El artículo destaca la importancia de involucrar a los profesionales de salud mental en el contexto de la investigación. Los hallazgos enfatizan cuestiones y desafíos éticos, además de la creación de un ambiente sensible y de empatía dentro del grupo, donde el respeto mutuo facilite las relaciones interpersonales y permita que las personas con un diagnóstico de enfermedad mental grave puedan dar sentido a la experiencia. Los autores destacan la relevancia de la interacción entre los equipos clínicos y de investigación para fomentar la colaboración, alcanzar las metas de la investigación y evocar las narrativas de los usuarios y profesionales de salud mental.


Subject(s)
Humans , Focus Groups/methods , Community Mental Health Services , Mental Disorders/rehabilitation , Psychiatric Status Rating Scales , Severity of Illness Index , Mental Disorders/psychology
16.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 18(10): 2797-2805, Out. 2013.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-686779

ABSTRACT

O artigo analisa algumas questões atuais em relação à escolha de evidências para orientar as políticas públicas e as práticas em saúde mental. Parte-se de uma reflexão crítica sobre as categorias de evidências propostas pela Medicina Baseada em Evidências, e também sobre a concepção de evidências qualitativas. O assunto é particularmente analisado em relação aos usuários de saúde mental e suas reivindicações de ter serviços organizados de maneira a incorporar suas percepções e valores, e ao próprio campo da Reforma Psiquiátrica assentado fortemente em posicionamentos ético-políticos.


The paper analyzes some current questions related to the choice of evidence in order to provide guidelines for public policy and practices in mental health care. It starts with a critical reflection on the categories of evidence proposed by Evidence-Based Medicine, and also the concept of qualitative evidence. The issue is analyzed specifically in relation to mental health care users and their demands to have services organized in a way that incorporates their perceptions and values, and to the Psychiatric Reform field proper firmly grounded in ethical and political precepts.


Subject(s)
Humans , Mental Health , Public Policy
17.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 18(10): 2847-2857, Out. 2013.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-686786

ABSTRACT

Narrativas são cada vez mais frequentes em estudos qualitativos para compreender experiências e diferentes visões de sujeitos num dado contexto. Partindo desta concepção, faz-se o resgate de tradições que abordam a narratividade - a filosofia de Paul Ricoeur, a perspectiva histórica em Walter Benjamin e o campo da antropologia médica constituída a partir da fenomenologia. Em Ricoeur, tendo a hermenêutica como pensamento derivado e variante da fenomenologia, a narrativa é ligada à temporalidade. Em Benjamin, a narrativa, sempre inconclusa, feita de restos e fragmentos, emerge à revelia das histórias oficiais. Se Ricoeur retoma de Gadamer a tradição como componente fundamental para a construção de um mundo do texto com que se torna possível a imitação da vida, Benjamin, diante da derrocada da tradição, aponta para a invenção de formas narrativas fora dos cânones tradicionais, possibilitando retomar o passado para transformar o presente. Apresentam-se ainda pressupostos da antropologia médica, que considera a narrativa como dimensão do vivido e não sua abstração, ou seja, uma narrativa corporificada e situada. Por fim, apresentam-se três pesquisas distintas em saúde mental que se utilizam de narrativas, articuladas às correntes teóricas apresentadas, com suas diferenças e aproximações.


Narratives are ever more frequent in qualitative studies seeking to interpret experiences and the different viewpoints of individuals in a given context. Starting from this concept, the tradition that addresses narrative is reexamined, including the philosophy of Paul Ricoeur, the historical perspective of Walter Benjamin and the field of medical anthropology grounded in phenomenology. In Ricoeur, with hermeneutics as a variation derived from phenomenology, narrative is linked to temporality. In Benjamin, narrative comprised of bits and pieces, always inconclusive, emerges in spite of the official stories. If Ricoeur retrieves tradition from Gadamer as a fundamental component for the construction of the world of a text that makes imitation of life possible, Benjamin, faced with the collapse of tradition, suggests the invention of narrative forms outside the traditional canons, making it possible to hark to the past in order to change the present. Assumptions of medical anthropology are also presented, as they consider narrative a dimension of life and not its abstraction, namely an embodied and situated narrative. Lastly, three distinct research projects in mental health that use narrative linked to the theoretical concepts cited with their differences and similarities are presented.


Subject(s)
Anthropology, Medical , Mental Health , Narration , Psychiatry
18.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 18(10): 2889-2898, Out. 2013. ilus
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-686790

ABSTRACT

Em um contexto de altas taxas de medicalização da população e face ao uso pouco crítico de medicamentos psiquiátricos em serviços de saúde mental, este artigo reporta aspectos de uma pesquisa qualitativa que teve a oportunidade de intervir em práticas de cuidado em três grandes cidades do Brasil. Seguindo o princípio da Reforma Psiquiátrica brasileira da defesa dos direitos do usuário em participar das decisões sobre seu tratamento, a pesquisa interveio nos centros de atenção psicossocial (CAPS) buscando o "empoderamento" dos usuários em relação ao uso de medicamentos em seus projetos terapêuticos. Foram realizados entrevistas e grupos focais. A partir desse material registrado, o artigo analisou algumas situações que atestaram, entre outras, a dificuldade de evitar o uso do poder sobre os usuários por via da administração de medicamentos psicotrópicos. Também se percebeu, nos serviços pesquisados, pouco diálogo sobre os medicamentos e a existência de espaços de estigmatização onde os direitos dos usuários são inibidos ou aceitos com cautela.


In a context of high rates of medicalization of the population and in light of the scantly critical use of psychiatric medications in mental health services, this paper reports aspects of a qualitative study that had the opportunity to intervene in care practices in three major Brazilian cities. Following the principle of Brazilian Psychiatric Reform championing users' rights to participate in decisions about their treatment, the research intervened in psychosocial care centers (CAPS) seeking the empowerment of the users regarding the use of drugs in their therapeutic projects. Interviews were conducted and focus groups set up. From this recorded material, the paper analyzed some situations that, among other things, attested to the difficulty of avoiding the exercise of power over users via the administration of psychotropic drugs. Little dialogue about drugs, and the existence of stigmatization spaces where user rights are inhibited or "accepted with caution," was also detected in the services surveyed.


Subject(s)
Humans , Medication Adherence , Mental Disorders/drug therapy , Mental Health Services , Personal Autonomy , Psychotropic Drugs/therapeutic use , Self Care , Brazil
19.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 18(10): 2899-2908, Out. 2013.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-686791

ABSTRACT

O artigo parte da experiência de pesquisar com usuários de saúde mental (e não sobre eles, ou para eles), narrando cenas de um estudo no qual se colocaram em jogo modos distintos de articulação entre pesquisa e clínica, problematizando suas fronteiras e as questões éticas implicadas. Situa o campo da clínica e da pesquisa de que se trata com o aporte de autores que, desde a análise institucional, propõem a ideia de pesquisa-intervenção; e, no contexto da saúde coletiva, resgatam o conceito de clínica ampliada. Fundamenta-se a articulação entre esses dois termos - pesquisa-intervenção e clínica ampliada - desde a noção de subjetividade que opera no âmbito da saúde coletiva e que culmina na ideia de autonomia. Finalmente, propõe-se a cogestão como estratégia a partir da qual os diferentes atores implicados na condução da pesquisa e no exercício da clínica constroem coletivamente uma direção de trabalho, ao mesmo tempo terapêutica e ética.


This paper is derived from the experience of conducting research with mental health users (not about them, nor for them), analyzing aspects of a study in which different ways of structuring the relationship between clinical practice and research were put into play, thereby questioning the boundaries and ethical issues involved. The clinical practice and research fields that are dealt with are studied with the input of authors who, on the basis of institutional analysis, propose the idea of interventional research, and in the context of public health, revert to the concept of broadened clinical care. The relationship between these two terms - interventional research and broadened clinical care - is based on the notion of subjectivity that operates within the scope of public health and which culminates in the concept of autonomy. Lastly, co-management is proposed as a strategy based on which the different actors involved in conducting research and exercising clinical care can collectively build working principles that are both therapeutic and ethical.


Subject(s)
Humans , Biomedical Research , Mental Disorders/therapy , Brazil , Mental Health Services
20.
Cad. saúde pública ; 29(1): 102-110, Jan. 2013.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-662847

ABSTRACT

A inserção de diferentes grupos de interesses em pesquisas avaliativas, genericamente referida como "avaliação participativa" é frequentemente citada na literatura especializada. No entanto, faltam discussões de base empírica sobre os modos de operar e, sobretudo, qualificar a referida participação. No presente artigo, realizamos discussão sobre a elaboração participativa de indicadores em saúde mental, dirigidos aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O processo contou com a participação de 58 trabalhadores e gestores de 26 CAPS por meio de encontros periódicos ao longo de um ano. Tais encontros foram intermediados por um curso sobre avaliação em saúde mental e oficinas em subgrupos, apoiadas por facilitadores ao longo do ano. A criação de espaços para a qualificação da participação, por meio do curso e outros trabalhos coletivos, mostrou-se eficaz na garantia de efetiva participação nos vários níveis do processo, como definição de questões, pré-testes dos indicadores e análise dos dados, além de estimular apropriação do produto final pelos participantes.


The specialized literature frequently cites the inclusion of different interest groups in evaluative research, referred to generically as "participatory evaluation". However, there is a lack of an empirical basis for discussion on ways to operate and (especially) qualify such participation. This article discusses the participatory development of mental health indicators for use in the Centers for Psychosocial Care (CAPS) in Brazil. The process included participation by 58 health workers and managers from 26 CAPS through regular meetings over a year. The meetings were intermediated by a course on mental health evaluation and workshops in subgroups, supported by facilitators throughout the year. The creation of spaces for the qualification of their participation, through the course and other collective activities, proved effective for guaranteeing participation at various levels in the process (such as definition of issues, pre-test indicators, and data analysis) as well as for stimulating ownership of the final product by the participants.


La inserción de diferentes grupos de intereses en estudios de evaluación, genéricamente denominada "evaluación participativa", se cita frecuentemente en la literatura especializada. No obstante, faltan discusiones de base empírica sobre los modos de operar y, sobre todo, de calificar la referida participación. En el presente artículo, realizamos una discusión sobre la elaboración participativa de indicadores en salud mental, dirigidos a los Centros de Atención Psicosocial (CAPS). El proceso contó con la participación de 58 trabajadores y gestores de 26 CAPS, mediante encuentros periódicos a lo largo de un año. Tales encuentros fueron realizados tras asistir a un curso sobre evaluación en salud mental y talleres en subgrupos, organizados por personal de apoyo especializado, a lo largo del año. La creación de espacios para la calificación de la participación, mediante el curso y otros trabajos colectivos, se mostró eficaz para garantizar la participación efectiva en los diferentes niveles del proceso como: la definición de preguntas, pre-testes de los indicadores y análisis de los datos, además de estimular la apropiación por parte de los participantes del producto final.


Subject(s)
Humans , Community-Based Participatory Research/standards , Mental Health/standards , Brazil , Health Status Indicators , Program Evaluation
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL